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Foto do escritorRedação Obra Prima

Casa da Montanha

Atualizado: 13 de out. de 2022

"A sensação des estar num platô e de repente ele deixar de existir é que dá este caráter à casa de parecer estar flutuando", diz o arquiteto Frederico Sabella, autor da Casa da Montanha. Acompanhe a história deste projeto contemporâneo no cume de uma montanha da Serra da Mantiqueira, em Gonçalves, MG. Fotos: Maíra Acayaba.



Um platô natural no alto do morro acolhe esta casa construída com os materiais tradicionais da região. O desenho revela elaboração no telhado pouco inclinado, nas pérgolas que se alongam, na horizontalidade das alas e na modulação tanto das fachadas como dos ambientes internos. Entre esses, sobressai o aconchegante espaço social de 80m² livre de paredes – caixilhos de vidro aproximam a serra de quem desfruta do calor da lareira e do fogão a lenha enquanto conversa, cozinha ou simplesmente relaxa no sofá.



Orientada para o norte e protegida do gélido vento sul, a construção envolve um pátio onde o tronco de uma araucária combalida virou um extenso banco. A piscina com borda infinita e a varanda que só encontra limite nas pedras do terreno acentuam a sensação de agradável isolamento. Mas sempre desfrutando de todo o conforto de seis suítes, sauna e espaço gourmet.


Simplicidade e complexidade resolvidas a um só tempo – é isso o que Frederico Escobar Sabella persegue em sua arquitetura. Quando toda a elaboração dá conta de conciliar questões diversas em uma solução aparentemente simples, então o projeto está criado.




"Nós famos fazer a visita no terreno, em Golçalves, cidadezinha no Sul de Minas Gerais. E, realmente, na hora que cheguei, foi um impacto: meu cliente comprou uma montanha, não comprou um terreno. Subimos até metade desta montanha, num carro 4x4, paramos num lugar onde tiha um cocho de gado, e nessa primeira parada a vista já era bonita, já era possível construir uma casa ali, mas resolvemo subir, praticamente escalar, até chegar ao cume.


Então eu disse: _ Aqui é o lugar ideal, mas não vai ser muito simples, vai ter que construir tudo, estrada, puxar água, luz... E aí ele me falou uma coisa interessante: "Se homem chegou na lua, nós podemos chegar aqui!". Foi o aval que eu precisava para fazer o projeto.




Logo que eu recebi o levantamento planialtimétrico, eu pude percerber que daria para fazer o platô, que imaginei na visita. Apenas com um pequeno corte, de aterro, e conseguimos configurar um platô de 40m² por 25m². O lugar te oferece uma vista de quase 360º, exceto na face sul, onde tem um cume um pouco mais alto no terreno do vizinho, e uma vista bem de frente para a Pedra do Baú, em Campos do Jordão.


Desenhamos a estrada, também, que serpenteia a subida da colina até alcançar a garagem, uma pérgola, que faz a conexão com o pátio e onde está a entrada principal da casa, com acesso pelos quartos. São quatro suites no piso de baixo e uma no piso superior e mais um pequeno quarto com banheiro ao lado da lavanderia. Totalizando seis suites.




A cozinha,com uma grande bancada com fogão à lenha embutido, é integrada à sala de jantar e de estar, com uma lareira central suspensa, que cria o aconchego. O ambiente todo aberto é cercado por vidro, possibilitando uma vista incrível do vale até a cidade. No outro ângulo, a conexão com o pátio, e na parte frontal deste espaço, que dá para o Norte, está a raia da piscina, o limite desta ala. Do outro lado da conexão, há um volume mais baixo, que mantém a simetria reta da casa, formado o "U" estão as dependências da área de serviço, espaço gourmet, jardim e uma sauna.


A casa é toda estruturada em madeira, e todos os paineis, feitos com réguas de 10cm a12cm, trazem um friso de 1cm entre as peças, para permitir a ventilação nas suites. Utilizamos pedras do próprio terreno para os muros de contenção de base, da estrada e da casa em si. Já a ideia de colocar tijolão em todo o piso do pátio central remete às antigas fazendas de café. Na parte interna, o piso é cimentado, exceto nos quartos que receberam madeira lavada para trazer aconchego.




O telhado, todo emoldurado por um beiral de 2m, faz com que a casa seja muito protegida da chuva e da incidência forte do sol. Trabalhamos com telhas de cerâmica, com um mínimo de inclinação possível, para deixar a casa mais suave, horizontal. Pérglas se soltam deste telhado e vão deixando a casa mais leve, diminuindo e sumindo no espaço.




É uma casa muito bonita, aconchegante. E essa busca pela horizontalidade no projeto foi uma premissa da arquitetura, trazendo rusticidade, mas ao mesmo tempo uma linha mais contemporânea, uma casa que represente a época em que está sendo consturída."



Créditos: Depoimento de Frederico Sabella para a Galeria da Arquitetura. Fotos: Maíra Acayaba. Vídeo: RM3.



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