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Foto do escritorRedação Obra Prima

Psicologia das cores na arquitetura

As cores representam um dos diversos recursos que a arquitetura e decoração se baseiam para criar projetos elegantes, dos mais simples aos de alto padrão. Portanto, além de analisar o efeito de cada cor nos ambientes, é preciso entender como aplicá-los nos espaços, de maneira que contribuam para a psicologia e emoções dos usuários dos espaços.



A psicologia das cores é matéria de estudos de vários pesquisadores da mente humana e sua relação com o meio exterior. No estudo — que posteriormente se tornou o livro “A Psicologia das Cores” — da socióloga e psicóloga Eva Heller, cada detalhe desse tema foi evidenciado. Na obra, a autora explica o conceito que dá nome ao livro, relatando que os tons exercem uma influência em como nos sentimos e como isso traz impactos em nossas ações.



Exemplos práticos que provam como as cores estão enraizadas na mente humana, como códigos sociais, são as luzes dos semáforos — vermelho para “parar”, amarelo para “ter atenção” e verde para “seguir”. Cada um dos tons simboliza uma sensação e indica determinada ação, o que mostra o poder que os tons têm no dia a dia.


Se as cores são capazes de fazer as pessoas tomarem uma ação — como avançar ou parar em um semáforo —, para arquitetura e decoração de interiores, elas são essenciais. E isso vale para além da emoção, afetando nossa qualidade de vida e bem-estar.


Em casas e apartamentos, as cores podem ser utilizadas estrategicamente para estimular os ambientes, de modo que seja possível melhorar a produtividade no home office, aumentar a disposição e, entre outras coisas, induzir ao relaxamento.


Portanto, dentro de um círculo cromático há inúmeras possibilidades de trazer sensações por meio da aplicação planejada de tons em cada ambiente.


Dadas as explicações de como as cores influenciam a forma como as pessoas se sentem e agem diante desse estímulo, é hora de descobrir mais sobre cada tom.


Amarelo


O amarelo é uma cor quente e é a que mais se aproxima do branco na escala cromática, porém, elas são totalmente distintas no quesito do simbolismo. Esse tom remete ao calor do sol, verão, energia e iluminação. Logo, na psicologia das cores na arquitetura, ela causa sensações de vigor, ânimo, realizações e otimismo.

Essa é uma cor que leva mais energia aos espaços, deixando-os mais agitados e propensos a fazer ações. Portanto, ela é ideal para os espaços de home office e escritórios, pois além de estimular a produtividade, aumenta a luminosidade local — contudo, deve ser bem equilibrada para que não cause muita agitação nas pessoas.



Vermelho


Na psicologia das cores, o vermelho se sobressai como o tom mais forte de todos. E não é à toa, pois ele remete ao sangue, paixão, amor, coragem, força e outros sentimentos de excitação mental. Contudo, há alguns subtons de vermelho que podem suavizar todos esses efeitos, como o claro. Já o tom escuro tende a causar sobriedade e simbolizar respeito, fazendo com que seu uso se dirija a apenas alguns fins.

Conhecida como “a cor da guerra”, o vermelho tende a elevar o estado emocional da pessoa para a agitação e, até mesmo, a raiva. Por isso deve ser bem dosada em cada detalhe na decoração.

Carinho, amor e afeto são demais sensações que o tom chamativo causa na psique humana.


Azul

O azul é a cor da confiança, independentemente dos subtons que ele origina. Nas cores mais vivas, ele também simboliza a alegria, paz e serenidade, de maneira equilibrada.

De maneira ampla, o azul é um tom frio e pode, até mesmo, levar à letargia — estado popularmente chamado de “sem ânimo”. Por isso, dependendo do local em que ele é utilizado, pode causar esse resultado nas pessoas.

Para ambientes que precisam de tranquilidade, como bibliotecas e cozinhas, o azul se mostra uma boa opção. Pois, esses cômodos exigem atenção e calma para realizar as atividades do dia a dia, como ler e cozinhar.

No entanto, o azul também pode ser aplicado em espaços que precisam suavizar o efeito de luz, tanto na temperatura quanto na intensidade. Isso porque ele ajuda a “quebrar” a força da iluminação natural ou artificial, deixando o ambiente estabilizado no sentido emocional.


Violeta

O violeta, também conhecido como roxo, é uma cor que representa a melancolia, nostalgia e espiritualidade. Sendo um dos tons com uma atmosfera bastante introspectiva.

Seu uso na arquitetura e design de interiores está voltado aos ambientes que precisam de calma e introspecção. Mas, se usada em excesso, tende a causar desânimo e até estados depressivos.

Para quebrar as sensações de tristeza que esse tom pode causar, além do seu uso moderado, utilize elementos em cor dourada ou branca. Isso vai trazer uma estética de luxo e harmônica.


Preto


O preto é o tom que melhor representa a seriedade, luxo e elegância, de forma equilibrada. Ele também pode remeter ao calor, dependendo de como e onde é aplicado.

Na psicologia das cores o preto é a cor da sofisticação — em tons brilhosos esse aspecto fica ainda mais chamativo, enquanto nos foscos, menos evidente.

Para não errar no uso da cor preta, o ambiente deve receber boa iluminação natural ou artificial. Também, é preciso estudar bem o projeto, quando ele pretende usar essa cor em cômodos pequenos, pois em salas compactas ele tende a causar a sensação de sufocamento.


Rosa


Na cultura popular o rosa é a cor do afeto e feminino. Seu simbolismo da fase infantil também é bastante presente, sendo uma das favoritas para quartos de crianças. Além disso, ele estimula a criatividade e a alegria onde é empregado, contribuindo para climas amistosos entre as pessoas.

Na decoração e arquitetura, o rosa assume um papel de suavizar os ambientes. Porém, empregá-lo de forma exagerada pode levar a impressão da área ser infantilizada e inocente.


Verde


O verde é a cor ligada à prosperidade, equilíbrio, sucesso, discrição, saúde e bem-estar. Também se relaciona com a natureza e ações em prol do meio ambiente, como a economia circular.

Além disso, o verde é um tom que remete à renovação, esperança e a jovialidade, sendo uma das cores que mais tem preenchidos os ambientes modernos. E isso vale tanto para as cores sintéticas quanto as orgânicas, como plantas.

A psicologia das cores na arquitetura indica que o tom verde traz tranquilidade e equilíbrio para dentro dos ambientes em que é utilizado. O que faz dele um perfeito aliado para quartos e escritórios.

No tom verde-escuro, as ideias de confiança e seriedade são bem expressas, tornando-se uma boa aposta para locais mais sóbrios.


Branco

O branco é o símbolo universal da paz e representa essa sensação por onde quer que seja usado. Também está bastante ligado à espiritualidade, simplicidade e limpeza.

Na arquitetura, o branco está bem associado aos consultórios, hospitais e clínicas de saúde, pois é a cor que caracteriza esse setor. Mas, no mundo da decoração de residências, esse tom desperta o lado clássico e também minimalista de decorar.

Essa cor é a aposta perfeita para aumentar a sensação de amplitude dos cômodos, além de melhorar a luminosidade. Sendo ideal para áreas compactas que precisam transmitir equilíbrio e evitar a sensação de confinamento.


Laranja


Ao lado do amarelo, o laranja é o tom que simboliza a energia, vitalidade e força. Na psicologia das cores na arquitetura, ele deve ser aplicado seguindo os mesmos princípios do amarelo.

Portanto, evitar o excesso e combiná-lo com tons claros, como o branco, que neutralizam o efeito contagiante que o laranja provoca, são boas alternativas.


Marrom


Dentro da psicologia das cores na arquitetura, o marrom é sinônimo de nobreza, seriedade, força e resistência. Porém, se usado em excesso pode transmitir melancolia.

Na decoração de interiores, esse tom é bastante representado pela madeira em suas várias nuances cromáticas. Em tons claros, o marrom traz a sensação de tranquilidade e simplicidade, já nas mais escuras, requinte e conforto.


Como usar a psicologia das cores na decoração de projetos

Para obter os melhores efeitos desejados para cada ambiente, é preciso seguir algumas dicas conceituais de aplicação da psicologia das cores na arquitetura:

  • ambientes equilibrados — faça a mescla de tons vivos com os neutros ou use tons mais claros para criar esse perfil de ambiente;

  • estímulo a comportamentos específicos — nunca vá pelo exagero na estimulação de sensações por meio da psicologia das cores na arquitetura;

  • escolher tom base — uma cor de base para todo o ambiente é necessária, enquanto os demais tons deverão complementá-la ou contrasta-la;

  • influência na sensação de amplitude dos cômodos — os tons mais claros sempre proporcionam uma imagem de que a área é maior que é de fato;

  • melhorar a luminosidade — opte pelo branco, azul ou verde-claros, para melhorar a iluminação local.

Aplicar as cores nos ambientes não é uma tarefa simples de realizar, mas com a noção de como os tons agem na mente humana fica tudo mais fácil.


Texto: Industria Santa Luzia

Fotos: Curadoria Pinterest


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